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Uma vez bailarino, nunca mais um
ser humano qualquer. Será sempre diferente na sociedade, no
grupo de amigos, na família... Será uma pessoa completamente
apaixonada, com um sorriso diferente, com os pés cheios de calos,
com uma postura elegante, com asas ao invés de braços.
Todo
bailarino se não é privilegiado pelo físico ou pela facilidade de
executar os passos, é privilegiado por ser bailarino, por saber
como é fugir desse mundo de violência, por saber como é a
sensação de ter um príncipe, mesmo
que o "partner" seja
seu melhor amigo. No palco ele vira seu primeiro amor. O olhar de
amizade se transforma em um olhar apaixonado.
Apaixonados
primeiramente pela escolha de ser do mundo da barra, da sapatilha
rasgada, da meia-calça furada, do collant suado... Que por mais que
tudo que foi citado não esteja em perfeito estado, é o que te
deixa em um estado perfeito.
Não concordo com a frase "Muita
gente ama o ballet, mas o ballet ama poucas pessoas”; o ballet se
deixar ser amado. É preciso conquistá-lo um pouco todos os dias,
para que ele seja seu. E quando for,ninguém nunca vai conseguir
separar, porque ele estará dentro de você.
Bailarinos!? Ah,
bailarinos... Como podem amar o ballet mais que si mesmos? Como
podem sonhar acordados? Como podem estar com o ballet todos os dias
e não enjoar dele? Ninguém vai saber me responder, mas se a
pergunta for diferente e eu quiser saber se todos os bailarinos
sentem orgulho de si, com certeza a resposta vai ser sim, porque
esticar os pés não é para qualquer um.
Por: Lucas Splint