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22 de setembro de 2018

Cancan

   


   A dança Cancan tornou-se popular nos salões de música na década de 1840 e até hoje é associada aos cabarés franceses como Moulin Rouge.
   É uma dança tecnicamente complicada e demanda muito esforço físico. Seu passo mais excepcional é a pirueta em um pé, com o outro pé enroscado nas ancas e levantado à altura dos olhos; outros passos demandam chutes altos, voltas rápidas e movimentos largos. 

   Acredita-se que esta dança surgiu como derivação da dança social favorita do século XIX, a “quadrille”(quadrilha). Em alta nos bailes e salões particulares de aristocratas e burgueses, a quadrilha começa a se popularizar através dos bailes públicos espalhados por Paris. Só que ao invés de seguirem toda a etiqueta e sequência codificada da dança de elite, decidem substituir o minuto de improvisação conhecido como “cavalier seul” (ou cavalheiro solo) e permitido somente aos homens, pelo “chahut” (ou desordem), repleto de saltos, piruetas e gritos estridentes.
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   Este era o início de um período de anos de proibição, leis, decretos e muita perseguição policial aos frequentadores de bailes públicos, que eram presos, julgados e condenados.
   Porém, fomentadas pelo espírito libertador das revoluções de 1830 (“Três Gloriosos” – Nova monarquia) e 1848 (Segunda República), algumas mulheres consideradas rebeldes e insolentes, decidem lutar pelo direito de dançar a quadrilha e o “chahut” sem ser guiada por um homem, adotam pseudônimos e começam a expressar nestes locais seu engajamento político.

   A Rainha Pomaré e Celeste Mogador (uma das principais influentes do Bal de Mabille) são nomes conhecidos deste movimento, quando o “chahut” passa definitivamente a ser chamado de Cancan, estas abraçam o fenômeno e, assim, ajudam a aumentar sua popularidade.


pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:
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   Desenvolvendo-se rapidamente, a nova dança inicialmente se tornou notória, já que as mulheres da França do século 19 muitas vezes usavam pantalettes de virilha aberta por baixo de suas longas e volumosas saias e anáguas leves, de modo que os chutes altos revelavam mais do que o desejado. Isso naturalmente levou a dança a adquirir uma reputação um tanto indecente entre aqueles que defendiam a moral e bons costumes da sociedade. Entretanto a dança também ofereceu a oportunidade para os dançarinos do sexo masculino de mostrar sua própria virilidade e coragem.

   O Cancan não parava de crescer, mantendo como quesitos as dançarinas de 1,70 m, e a arte de mexer os quadris, levantar as saias e frou-frous, exibindo as jarreteiras, encantando e provocando o desejo no público entusiasmado. Na França houve tentativas de reprimir os dançarinos de Cancan, as autoridades chegaram ao ponto de prender entusiastas, mas a dança nunca chegou a ser proibida em Paris. Em vez disso, mudou-se para o palco, onde os artistas começaram a aperfeiçoar a dança.

   Um grupo de dança Cancan todo masculino foi formado em 1870, chamado Quadrille des Clodoches, mas as verdadeiras estrelas, no entanto, eram as mulheres, que dançavam rotinas solo de Cancan em palcos como o Moulin Rouge– que foi inaugurado em 1889 às vésperas da Exposição Universal.
   A popularidade do Cancan foi levada a novos patamares por dançarinas como La Goulue (Gulosa), uma performer no famoso cabaré Moulin Rouge que criou os movimentos que ainda hoje conhecemos. 
  O interessante é que os passos do Cancan são em si, uma ridicularização dos padrões sociais, das Forças Armadas e da Igreja Católica. Não só realizavam movimentos que evocavam cruamente a sexualidade, como também ousavam a inventá-los e nomeá-los, e se apossavam de um privilégio até então, dos homens. São os nomes de alguns de seus passos clássicos: “Olá militar”, “Porte de Armas”, “Metralhadora”, “Catedral” e “Sino”.

   Louise Weber (La Goulue), Jane Avril (conhecida também como Melinita – um tipo de explosivo), Grille d’Égout (Grelha de Esgoto), La Môme Fromage (A Jovem Queijo) eram as estrelas dessa época, estas enlouqueciam os espectadores roubando a cena, foram milhares de vezes registradas em pinturas e cartazes de Toulouse-Lautrec e outros artistas, e hoje são clássicas estampas dos souvenirs de Paris e dos tempos boêmios de Montmartre.
   Um dos poucos homens a dançar o Cancan como profissional foi Valentin de Desossé (Valentin sem ossos), dançarino do Moulin Rouge durante a década de 1890. Mas foi outra grande dançarina do Moulin Rouge, Nini Pattes en l'air (Nini Pernas no Ar) que em 1894, foi a primeira a ensinar a dança profissionalmente.

  O Cancan também foi um precursor da liberação e fortalecimento feminino. Em 1890, uma operária ganhava cerca de 2 francos por uma jornada de 10 horas de trabalho. Enquanto nos cabarés mais famosos, as dançarinas de Cancan mais renomadas ganhavam entre 300 e 500 francos por dia, muito mais que nos ateliês e lavanderias da cidade. Também pela primeira vez, as dançarinas ganhavam mais dinheiro que os dançarinos homens. 
   Porém estas mulheres se submetiam a difamação e a marginalização de sua imagem, pois também eram consideradas prostitutas, que vendiam seus corpos aos cabarés. Além da vida pessoal geralmente solitária e dos frequentes riscos de acidentes, num trabalho que exigia muito fisicamente.



   No início do séc XX, o Cancan francês atravessa rapidamente o Canal da Mancha graças ao empresário inglês Charles Morton, que desejava expor seus conterrâneos às atitudes mais liberais dos franceses. O público inglês e americano da época rapidamente se apaixonou pela nova dança. Para eles, representava os excessos alegres da Cidade da Luz, assim como o sentimento de feliz libertação que era tão característico da Belle Époque.
   
   Hoje, o Cancan ainda evoca a imagem de uma Paris frívola e festiva em que o prazer, a diversão e a liberdade são realçados. Entretanto a dança Cancan perdeu muito da sua natureza escandalosa, embora ainda seja considerada um pouco erótica e romântica. Poucos professores de dança social realmente ensinam Cancan, embora seja um favorito recorrente entre os grupos burlescos de reavivamento.


Glossário
Pantalettesroupas de baixo cobrindo as pernas 
Jarreteiras- liga de tecido elástico para suster as meias na perna.

Playlist no Youtube com os estilos de dança: Cancan (filme 1952) / Cancan (Moulin Rouge Atualmente)





26 de julho de 2013

Ballet

   
Ballet é um gênero de dança que requer muita pratica. É ensinado em escolas próprias em todo o mundo.
   O ballet envolve expressão facial e atuação, que compõem coreografias acompanhas por arranjos musicais, na grande maioria das vezes, de orquestras.
   É um estilo equilibrado de dança que incorpora as técnicas fundamentais para muitas outras danças.

   Os princípios básicos do balé são : postura ereta ; uso do en dehors (rotação externa dos membros inferiores), movimentos circulares dos membros superiores, verticalidade corporal, disciplina, leveza, harmonia e simetria. 

Se fala tanto em ballet, mas por acaso você conhece a história do ballet? 

   A palavra balé vem do inglês "ballet" que por sua vez foi pega emprestada do francês por volta de 1630. A palavra francesa tem sua origem na palavra italiana "balleto", diminutivo de ballo (dança), que vem do latim "ballare", que significa dançar, e que por sua vez vem do grego "βαλλίζω" (ballizo), que significa "dançar, saltar sobre". Uffa... uma viagem e tanto pra descobrirmos a origem do nome dessa dança em.

   Basicamente o ballet surgiu nas cortes italianas por volta do século XV, durante um período em que a Europa passava por importantes transformações em muitas áreas da vida humana (Renascimento), porém ao se casar com Herinque II, da França, em 1533, Catarina deMedici, importou o balleto da corte italiana para seu novo país, a França, onde este se transformou em balé. Seu desenvolvimento nas cortes francesas por volta do seculo XVII foi muito intenso, o que refletiu em seu vocabulário próprio.
   Luís XIV, patrono das artes e bailarino nos balés da corte francesa, fundou a 'Academie Royal de Danse' em 1661, hoje conhecida como “Paris Ópera Ballet”. Seu mestre de dança, Pierre Beauchamp, inventou posições para os pés na técnica de ballet clássico e ainda criou muitos balés.

   Apenas nos séculos XVII e XVIII surgem as bailarinas, antes disso o ballet era dançado apenas por homens, a sociedade daquela época achava um absurdo ver mulheres dançando, também havia limitações para elas, não conseguiam dançar como os homens por causa de suas roupas. Vestidos com muitas camadas de saias sobrepostas, não se podia mostrar o corpo, e corseletes que diminuíam a capacidade respiratória. Já os homens podiam usar malhas e assim ficar mais livres para a executar todo tipo de movimento como saltos e baterias. No início do século XVIII, o balé se tornou uma profissão, com escolas, teatros e dançarinos pagos.
   No entanto nesse mesmo século surge as primeiras bailarinas Lafontaine, Subligny e Françoise Prévost, que dançavam limitadas por suas roupas.
   Quando a danse haute, que possuía saltos e giros fantásticos substitui a danse basse, que possuía poses e passos mais calmos, as mulheres começam a se rebelar contra suas roupas.
Marie Camargo

   Marie Sallé conseguiu melhores roupas para desenvolver sua dança, enquanto sua rival Marie Camargo, escandalizou a todos encurtando suas saias para executar novos passos que antes só eram feitos pelos homens, como entrechat quatre e cabriole. MarieSallé e MarieCamargo, alcançam fama com a delicadeza das técnicas na dança.
   O século XVIII viu o desenvolvimento da bailarina e a expansão do vocabulário do ballet, que incluía mais saltos e giros. Junto com outras estrelas estavam agora  Lyonnais, famosa por suas gargoulliades (rond de jambe double), e  Fräulein Heinel, que encantou a Europa com suas múltiplas piruetas, mas ainda na meia ponta.

   Apesar das grandes reformas de Noverre, um grande inovador do ballet, no século XVIII, o balé entrou em declínio na França depois de 1830. Entretanto ele continuou a ser aperfeiçoado na Dinamarca, Itália, Inglaterra e Rússia.

   Na Rússia, os czares que eram maravilhados com o modo como a corte europeias agia, incluiu a importação de mestres da dança, coreógrafos e dançarinos na Russia,durante o seculo XVIII.
   O mestre em balé francês Didelot e o professor Suíço Christian Johansson trouxeram sua arte à São Petersburgo. Mas apenas com o trabalho de Marius Petipa (pronuncia-se Petipá) que realmente estabeleceu a criação de escolas de balé russas. Seus vários balés (pelo menos 60 completos) formaram a idéia oriental da arte teatral russa, especialmente aqueles balés que utilizavam as músicas de Pyotr Ilich Tchaikovsky.

   O ballet passou a ser um tipo de dança influente a nível mundial e possuidora de uma forma altamente técnica.

 
Mikhail Fokine
 O coreógrafo russo MikhailFokine, coreógrafo chefe para o empresário Serge Diaghilev, conquistou Paris e toda a Europa quando o Ballet Russo de Serge Diaghilev estreou na capital francesa em 1909. Pelos próximos 20 anos a companhia de Diaghilev dominaria o mundo do balé.
   O maior de seus coreógrafos era Fokine, cujo Petrushka (1911) combinava a música de Igor Stravinsky, a decoração de Aleksandr Benois e a dança de Vaslav Nijinsky (o novo 'deus da dança'), Tamara Karsavina e Enrico Cecchetti. Numerosos dançarinos eram associados à companhia de Diaghilev: Adolf Bolm, Alexandra Danilova, Arton Dolin, Alicia Markova e Olga Spessivtseva, AnnaPavlova, no período de Diaghilev muitas estrelas, que até hoje são impossíveis de serem esquecidas, nasceu.
   Após a morte de Diaghilev em 1929, várias companhias nacionais de balé foram estabelecidas, muitas delas por seus ex-associados. O mais recente a emergir foi o Ballet Russo de Monte Carlo (1932).
   
   Hoje existem escolas muito boas espalhadas por todo o mundo, que a cada dia descobrem novas estrelas, e é claro que nunca deixará essa maravilhosa forma de se expressar morrer ou se perder no tempo.


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9 de maio de 2013

Ländler


   Ländler é uma dança popular folclórica germânica pouco movimentada, 
em compasso de 3/4 ou 3/8, derivada do antigo Abtanz alemão, em compasso de três tempos, era bem popular na Áustria, sul da Alemanha, Suíça e Eslovênia , no final do século 18. o Landler é ainda o ritmo tradicional de alguns estados e províncias como o Tirol (incluindo Trentino-Südtirol) e demais estados austríacos, Baviera (Alemanha) e Boêmia (República Tcheca).
   Tradicionalmente é uma dança de casais e é fortemente caracterizada por pulos e palmas. Um deslizamento virando, virando e dando giros, dançando a música em 3/4 do tempo.
   Muitas das vezes era puramente instrumental e em outras vezes tinha uma parte vocal.
   Quando os salões de dança tornou-se popular na Europa do século 19, o Ländler foi feito mais rápido e mais elegante.
   Em Viena como era popular no século 18 e 19, acabou influenciando o desenvolvimento posterior da valsa.

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   Uma série de clássicos compositores escreveram ou incluiram Ländler em sua música, como Ludwig van Beethoven , Franz Schubert e Bruckner Anton. Em várias sinfonias de Gustav Mahler substituiu-se o scherzo por um Ländler. As "Danças Alemãs" de Wolfgang Amadeus Mozart e Haydn Joseph também se assemelham ao Ländler.

   Na Suíça as músicas Ländler não são apenas danças em compassos de três. Elas são marchas, escocesas, mazurcas ou foxtrotes.

Glossário
Foxtrote- Certa dança a quatro tempos.

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3 de fevereiro de 2013

Valsa

   A palavra “valsa” tem origem na palavra alemã “waltzen”, que traduzida quer dizer “dar voltas”.
   A Valsa é um estilo de dança clássica que surgiu na Alemanha e na Áustria sua origem é campestre. Surgiu no inicio do seculo XIX com inspiração em danças como o minueto (dança na qual os pares dançavam separados) e o laendler (dança campestre, na Alemanha). Primeiramente surgiu como dança e só depois passou a ser uma composição musical.
   Diz-se que a valsa é uma dança de compasso ternário, o que quer dizer que possui três tempos, sendo o primeiro tempo forte e os demais fracos.

   No inicio as classes mais altas consideravam a valsa como uma dança vulgar e imoral por ser dançada por pares entrelaçado, e chegou ate ser proibida em alguns países europeus. Já na classe mais baixa seu ritmo alegre e envolvente, caiu no gosto popular e a dança ganhou cada vez mais força.
   Quando Napoleão Bonaparte foi derrotado, em 1815, realizou -se  na Áustria o Congresso de Viena que tinha como objetivo restabelecer os laços entre países europeus. Com isso reuniram-se a nobreza e os políticos de diversos países. Nessa ocasião, o músico austríaco Sigismund Neukomm, encarregado da parte musical deste encontro, introduziu a valsa nesta ocasião, o que garantiu a partir daí, a presença desse tipo de dança nos palácios e cortes em todo o mundo.

   Tendo em conta que esta é uma dança que incorpora um padrão básico de movimentos – passo-passo-espera – e o resultado é um par de bailarinos elegantes, a deslizar energicamente pelo salão. São as ondulações graciosas, as mudanças rápidas na velocidade do corpo e as elevações nas pontas de ambos os pés, que fazem da Valsa única.

   Surgiram então algumas diferenças entre a valsa original, a vienense, e outras que nela tiveram sua origem, como a valsa inglesa.
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Valsa Vienesa – a pioneira, dança-se a um ritmo bastante rápido.
Valsa Moderna ou Inglesa – uma derivação da Valsa Vienesa, dança-se a um ritmo mais lento.
Valsa Internacional Standard – o par mantém sempre a “posição fechada”, normalmente é apenas dançada em competições internacionais.
Valsa Estilo Americano – incorpora vários movimentos onde o par deixa praticamente de ter contacto um com o outro.
Valsa Peruana – muito semelhante à Valsa Moderna, difere na música, que é fortemente influenciada por sons latinos e espanhóis.
Valsa Venezuelana – os venezuelanos incluíram novos passos e a sua própria música à Valsa clássica.
Valsa “Cross Step” – tal como o próprio nome indica, esta Valsa inclui um passo especial, que é cruzado.
   Lindas e suaves melodias foram então compostas. Entre outras surgiram: "Convite à Valsa", de Carl Maria Von Weber, a valsa de Chopin para o balé "Las Sylphides", "Viúva Alegre" de Franz Lehar e as famosas valsas vienenses de Strauss II, como o conhecido Danúbio Azul. Outros músicos de renome internacional, como Ravel e Brahms têm valsas em seus repertórios.

   Em 1816, Neukomm chegou ao Brasil, onde foi professor de harmonia e composição do Príncipe D. Pedro. Em seus arquivos constam referências sobre as primeiras valsas compostas no país de autoria do futuro Imperador do Brasil, D. Pedro I. Apesar de agradar a nobreza no Brasil, a valsa logo se difundiu por todas as classes sociais, e fez sucesso não só na música erudita mas também na popular e folclórica. Aina hoje, no Brasil, dançar valsa é uma tradição insubstituível em bailes de debutantes, formaturas e casamentos.
   A valsa é encontrada no repertório de alguns compositores brasileiros, como Villa Lobos, Carlos Gomes, Ernesto Nazaré, Chiquinha Gonzaga, entre outros.
  
  O traje certo é essencial para dar todo aquele glamour, os homens usam o fraque, e as mulheres vestidos longos, na maioria das vezes são justos em cima e vão ficando mais amplos em baixo.

Vocabulário: 
Campestre-  Aquilo que diz respeito ao campo

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8 de agosto de 2012

Hula

   As origens da Hula vem por meio de lendas de adoração aos deuses por meio da dança. Uma delas conta a aventura de Hi’iaka para acalmar sua feroz irmã, a deusa Pele, o vulcão.
A Hula é usada para contar diversas história.
   No período pré-europeu, a hula estava restritamente relacionada a práticas religiosas.
Danças estanques acompanhadas pelo Pahu (Grande tambor coberto por pele de tubarão usado em templos de cerimônias), que é o instrumento mais sagrado dedicado aos deuses.
   Os missionários protestantes que chegaram no Havaí em 1820 introduziram o cristianismo e prevaleceram os valores ocidentais, com o apoio dos convertidos do alto escalão da realeza eles denunciaram e baniram a hula, alegando que era uma ofensa a igreja. Um grande número de praticantes de hula não aceitaram e continuaram clandestinamente ensinando e apresentando durante meados do século XIX.
   O reinado de David Kalakaua (1874 – 1891) foi uma fase transicional para as artes havaianas
Nesta época favorável os praticantes de hula migraram para novos elementos de poesia, canto vocal, movimentos de dança, roupas e criaram uma nova forma de hula, chamada de Hula Ku’i (significa combinar o antigo e o novo).  O Pahu não foi usado na Hula Ku’i, evidentemente por ser sagrado e por respeito dos praticantes. O Ipu (porongo, cabaça) foi o instrumento mais propriamente associado a Ku’i.
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   A hula captou a atenção dos turistas e da audiência dos filmes de Hollywood, isto contribuiu para o crescimento da indústria de entretenimento no Havaí. Foram introduzidos gestos menos alusivos e apelos sensuais adicionados para enfatizar os movimentos de quadris, removeram da hula o seu conteúdo religioso.
   Talvez a imagem mais marcante da hula na década de 30 e 40 sejam as de dançarinas com saias de palha, conhecidos como sarong. Uma vez mais os praticantes de hula antiga perpetuaram a sua prática de maneira sigilosa em círculos privados.

   Poesia e Canto
   A hula não pode ser apresentada sem um MELE (poesia), o componente mais importante.  Mele são composições de informações culturais que vão do sagrado MELE PULE (preces) ao MELE INOA (nome de cantos, muitos para chefes), aos típicos MELE HO’OIPOIPO (canções de amor) e MELE A’INA (cantos para a terra), o tipo de mele usado é a forma de classificar a dança.
   O antigo canto que acompanha as danças podem ser apresentados na posição em pé ou sentada. As danças que são em pé podem ser divididas em ‘OLAPA que executa os movimentos e HO’OPA’A quem canta o texto e executa os instrumentos de percussão que acompanha.

   Movimentos e Instrumentos
   Enquanto as mãos e os braços executam os movimentos do texto, movimentos de pés com nomes próprios são executados continuamente como um movimento sincronizado.

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   Alguns destes movimentos são:
KAHOLO - deslocamento lateral
UWEHE - passo no lugar alternando os pés
‘AMI - movimento circular de quadris
KAWELU ou KALAKAUA - passo para frente e para trás, foi introduzido com a Hula Ku’i.

  Existe uma relação muito próxima entre os movimentos de pernas e os instrumentos de percussão IPU e PAHU: mudança em um corresponde a mudança em outro, geralmente no início de uma nova fase, na junção da narrativa ou no intervalo de textos.
   A organização dos passos ou movimentos de pernas, através de versos ou frases para companhamento de Hula Ku’i é praticamente os mesmos da Hula Kahiko, mas no lugar de Ipu ou Pahu, apresenta-se o violão ou UKELE.
   Os dançarinos na Hula Noho (sentados) são ao mesmo tempo dançarinos e cantores. Eles apresentam gestos enquanto cantam e acompanham este canto com instrumentos de percussão.

    Os instrumentos mais comuns são:
Uli’uli - um porongo ou cabaça decorado com penas
Pu’ili - um par de pedaços de bambu ou taquara cortado nas pontas para sonorizar)
Ili’ili - dois pares de pedras lisas moldadas pela água, tocadas de maneira similar às castanholas)
Kala’u - dois pedaços de madeira, um maior e um menor, usa-se o menor para bater no outro).

   Provérbio
   O seguinte provérbio, usado pelos praticantes de hula traz um sentido cultural aos ensaios e diferenças coreográficas que distinguem a arte da hula:

"‘A’OHE I PUA I KA HALAU HO’OKANI"
"Todo o conhecimento não está contido em apenas uma escola"

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30 de abril de 2012

Dança do Ventre

  A dança do ventre é uma famosa dança originalmente praticada em diversas regiões do Oriente Médio e da Ásia Meridional, seus movimentos acompanhados de música é semelhante a uma serpente.
   No Antigo Egito, Babilônia, Mesopotâmia, Índia, Pérsia e Grécia, tinham o objetivo de preparar as mulheres por meio de ritos religiosos dedicados a deusas para se tornarem mães.
  Com a invasão dos árabes, a dança se espalhou por todo o mundo, fazendo com que chegasse a diversos países.
  É composta por movimentos como vibrações, ondulações e rotações que envolvem todo o corpo, batidas de quadril, impacto, entre outros...


  Ao longo de alguns anos a dança sofreu muitas modificações, o principal influenciador foi ballet clássico russo.

Dentre os estilos mais estudados estão os estilos das escolas:
Egípcia: manifestações sutis de quadril, domínio de tremidos, deslocamentos simplificados adaptados do Ballet Clássico, movimentos de braços e mãos simplificados;

 Norte-americana: com shimmies mais amplos e informais, seguidos de deslocamentos muito simplificados.

 Libanesa: manifestações mais intensas de quadril, deslocamentos amplamente elaborados, movimentos do Jazz, utilização de véus em profusão, movimentos de mãos e braços mais bem explorados.

    No Brasil a dança é a cópia de detalhes de cada cultura, para o aumento de repertório.
commons.wikimedia.org/wiki/File:Boudoir_Beledi_
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    O estilo brasileiro tem se revelado ousado, comunicativo, bem-humorado, rico no repertório de movimentos.

Movimentos característicos: 
 Movimentos percursores: Mais comum nos quadris, utilizados para pontuar a música ou acentuar a batida.

 Movimentos de fluido: O corpo está em movimento contínuo, requerendo uma grande quantidade de controle muscular abdominal. 

Shimmies, arrepios e vibrações: movimentos pequenos, rápidos e contínuos dos quadris ou caixa torácica, que criam uma impressão de textura e profundidade do movimento. 

 Braços: são usados ​​para moldar e acentuar os movimentos dos quadris, para gestos dramáticos e para criar belas linhas e formas com o corpo, particularmente nos estilos mais ocidentalizados.

Elementos cênicos
  Quando a dança foi passada para os palcos, vários elementos cênicos foram incorporados, principalmente no Ocidente:

 Espada: a bailarina que deseja dançar com a espada, precisa demonstrar calma e confiança ao equilibra-la em diversas partes do corpo;
Pontos de equilíbrio mais comuns: cabeça, queixo, ombro, quadril e coxa;

 Punhal: Variação da dança com a espada, o desafio para a bailarina nesta dança não é a demonstração de técnica, mas sim a de sentimentos.

 Véus: Ao contrário do que se pensa, é uma dança de origem ocidental norte-americana, tendo sido, portanto, criada há pouco tempo, ao contrário das danças folclóricas, com shimmies mais amplos e informais, seguidos de deslocamentos muito simplificados.

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22 de abril de 2012

Tango

   

Um famoso estilo de dança chamado tango nasceu no final do século XIX, de uma mistura de vários ritmos provenientes dos subúrbios de Buenos Aires. A coreografia é complexa e as habilidades dos bailarinos são celebradas pelos aficionados.

  Segundo Discépolo, "O tango é um pensamento triste que se pode dançar."




  Esta dança esteve associado desde o princípio com bordéis e cabarés com, na sua maioria, público masculino. Devido a que só as prostitutas aceitariam esse baile, no começo o tango era dançado por casais de homens, daí o fato dos rosto virados, sem se fitar.

  Mas o tango como dança não se limitou às zonas baixas ou a seus ambientes próximos. Estendeu-se também aos bairros proletários e passou a ser aceito "nas melhores famílias", principalmente depois que a dança teve sucesso na Europa.
    A melodia provinha de flauta, violino e violão, sendo que a flauta foi posteriormente substituída pelo "bandoneon" (espécie de sanfona). Os imigrantes acrescentaram ainda todo o seu ar melancólico e desse modo o tango foi se desenvolvendo e adquirindo um sabor único.

   O Tango mescla o drama, a paixão, a sexualidade, a agressividade, é sempre e totalmente triste. Como dança é "duro", masculino, sem meneios femininos, a mulher é sempre submissa.
  Há diferentes tendências em seu estilo. O tango-canção, tango canyengue, o tango milonga, tango romanzae o tango jazz. Hoje em dia é possível até encontrar estilos como tango rock e electro tango, ou tango eletrônico.

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 Alguns compositores tradicionais do tango:
-Alfredo Le Pera
-Ángel Villoldo
-Aníbal Troilo
-Ástor Piazzolla
-Carlos di Sarli
-Carlos Gardel
-Edgardo Donato
-Eduardo Arolas
-Enrique Santos Discépolo
-Francisco Canaro
-Gerardo Matos Rodríguez
-Horácio Salgán
-Hugo del Carril
-Juan de Dios Filiberto
-Júlio Sosa
-Mariano Mores
-Osvaldo Fresedo
-Osvaldo Pugliese
-Juan D'Arienzo
-Júlio de Caro
-Roberto Firpo
-Francisco Lomuto

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21 de abril de 2012

Dança Indiana

   A história nos conta que a origem da dança indiana e do teatro veio através de uma escritura chamada Natya Shastra.

Natya- é a junção de atuação, música e dança; Shastra- quer dizer escritura

   É dito que o Natya Shastra foi composto pelo Deus Brahma, o senhor da criação, e que para sua composição foram extraídos textos dos quatro Vedas. Os Vedas foram escritos em sânscrito, por volta do ano 2000 a.c., o Natya Shastra é composto de 36 capítulos com 6.000 versos e algumas passagens em prosa. Na verdade a autoria é do sábio Bharata Muni, mesmo que na Índia acredita-se que foi escrito realmente por um Deus. 
  Originalmente a dança era apresentada dentro dos Templos em uma sala especialmente construída e chamada de Natyamandapa, era executada por mulheres chamadas de “Devadasis''Portanto a dança era considerada como uma oferenda aos Deuses assim como a comida, as flores, etc. 

Deva= Deus; dasi= serva
    
 O primeiro ensinamento do Natya Shastra diz que “o corpo inteiro deve dançar” e todas as posturas da dança indiana, com centenas de expressões corporais, tem um significado simbólico e uma relação com a milenar cultura hindu.
   Na dança clássica indiana existe uma pequena divisão de ''estilo'', esses são:

Nritta (dança pura ou abstrata)
   É composta de movimentos baseados no ritmo e na música e não tem significado, tendo um caráter puro, decorativo e abstrato. 
   A ênfase é nos movimentos puros de dança, criando padrões no espaço e no tempo sem nenhuma intenção específica de projetar qualquer emoção, e seus movimentos são criados por diversas partes do corpo para criar apenas a beleza estética.
   A unidade básica da dança é chamada de Adavu, que quer dizer “combinação” e no caso da dança pura, combina passos e gestos chamados de Nritta Hastas.

Nrittya (dança expressiva)
  Composto de Hastas Abhinaya que são usados para contar histórias através da expressão das mãos, do rosto e do corpo.

-   Hastas quer dizer mão e os principais Hastas (ou Mudras) usados em Nrittya são os Asamyukta (simples) e os Samyukta (compostos).
-  Abhinaya é uma síntese de vários aspectos do processo dramático e na maioria das vezes é traduzida como "atuar" ou "educar". Há quatro tipos de Abhinaya citados nas escrituras: Angika (expressões corporais), Vacika (fala ou canto), Aharya (caracterização) e Satvika (comportamento das personagens, a expressão da graciosidade e a emoção).   
   Rasa (sabor) e Bhava (sentimento ou emoção) são os principais componentes de Abhinaya. 

   As principais expressões do rosto são chamadas de Nava Rasas e são compostas de: 
-Sringaram (amor)
-Veeram (heroísmo)
-Karuna (tristeza ou compaixão)
-Adbhuta (maravilhamento)
-Raudram (ira)
-Hasya (humor ou comedia)
-Bhayanaka (medo ou pavor)
-Bibhatsa (nojo)
-Shanta (paz).

     Em cada região da Índia surgiram diferentes versões das danças indianas, preservando os mesmos preceitos, as mesmas leis registradas no Natya shastra. Entre as que se destacam neste campo, encontramos:

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File:Bharatanatyam_dancer.jpg

Bharathanatyam: é dança mais popular da Índia, nascida no interior dos templos de Tamil Nadu, no sul da Índia. É uma dança clássica tradicional, onde os dançarinos fazem lindos e suaves movimentos e poses. Vinculado ao culto de Shiva, o Bharatanatyam indica "vinte e quatro movimentos para a cabeça inteira, quatro para o pescoço, seis para as sobrancelhas, vinte e quatro para os olhos, cinqüenta e sete para as mãos, nove movimentos de pálpebras, seis movimentos de nariz, seis de lábios, sete de queixo..."







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Sharma_et_Rajendra_Kumar_Gangani_2.jpg

Kathak: muito conhecida no Norte indiano, suas origens remontam aos bardos nômades do norte da Índia antiga, conhecida como Kathaks, ou contadores de histórias, tornando-se famosa por algum tempo nas cortes hindu e mongol.
   Envolve um elaborado movimento dos pés e vertiginosos rodopios corporais. É principalmente uma forma de teatro, com música instrumental e vocal e o uso de gestos e movimentos estilizados para representar a história contada.




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File:Odissi_Performance_DS.jpg
Odissi: é uma dança ritual que tem origem no leste indiano, no Templo do Sol em Konarak, em meados do século II a.C..
  Toda a dança é estruturada de uma forma clara e não linear, com movimentos explorados através das duas posições básicas, chowka e tribhanga.

Chowka
O chowka é a energia masculina. É caracterizado pela rigidez na postura, que divide a força igualmente distribuída entre os dois lados do corpo.

Tribhanga
O tribhanga, por sua vez, é a energia feminina. A dançarina molda seu corpo como um "S", e realiza movimentos bem sinuosos, porém demarcados.



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File:Kathakali_BNC.jpg




Kathakali: é um tipo de dança do Norte da Índia. Tem movimentos leves e um pouco mais lentos, as partes do corpo mais usadas são o olhar e os pés. A dança em si é muito difícil mas também é considerada uma das mais bonitas.







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File:Mohiniyaattam_11.jpg


Mohiniyattam: é originário do estado de Kerala, no sul da Índia. Essa é uma dança praticada exclusivamente por mulheres e influenciada pelo Kathakali, pelo Kudiyattam e pelo Bharatanatyam. É conhecido como "a dança do encantamento' pois é o estilo que mais valoriza e explora a graciosidade, alem da extrema leveza, fluidez e delicadeza. Os movimentos circulares, lentos e refinados dão ao Mohiniyattam um sentido de profundidade e manifestaçao interna.
 As bailarinas se vestem de branco e dourado.







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File:Kuchipudi_Performer_DS.jpg

Kuchipudi: surgiu na Vila de Kuchelapuram no estado de Andra Pradesh, no sul da Índia
No começo era dançado apenas por homens, mas no séc. XX passou passou a ser praticado por mulheres e aproximou-se do universo das danças dramáticas indianas. Tem muitos pontos em comum com o Bharatanatyam, é forte e enérgica, associando danças solo e coreografias próprias do drama. O item de resistência do Kuchipudi é o Taragam, executado sobre um prato de cobre e com um pote de água na cabeça.








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-_Bimbavati_Devi_(Manipuri)_(3).jpg



Manipuri: surgiu em Kerala, Zona Sul da Índia. Os dançarinos se movem por meio de passos miúdos e saltitam. É uma mistura de quase todas as danças indianas.
As mulheres dançam de sári (roupa tradicional da Índia), não é necessário, como nos outros estilos, o uso de guizos nos tornozelos.







 Para aprender a dança indiana, o bailarino precisa não apenas de uma grande dedicação técnica, mas, principalmente, de uma profunda e perfeita integração entre o corpo, a mente e o espírito.

Playlist no Youtube com os estilos de dança: Confira