28 de janeiro de 2019

Battement Frappé


Frappé- "chocado"















Pode ser feito com o pé em flex (imagem) ou em ponta.

Lado 
   Em flex o calcanhar toca o tornozelo da perna de base na frente depois atras, em seguida é levada ao lado em um tendu en l'air rapidamente, quanto mais rápido mais bonito fica o movimento.

   Fazendo ao contrário agora o calcanhar toca atras do tornozelo da perna de base e em seguida na frente, depois é levada ao lado em um tendu en l'air

Frente
 O calcanhar toca o tornozelo da perna de base na frente e em seguida é levada a frente em um tendu en l'air.
Pode também ser cruzado: trás, frente, tendu frente.

Trás
O calcanhar toca o tornozelo da perna de base atras e em seguida  é levada atras em um tendu en l'air.
Fazendo cruzado: frente, trás, tendu trás.


   Ainda existe o doublé battement frappé que tem o mesmo principio do battement frappé, visto acima, a diferença é que o calcanhar toca duas vezes sobre o tornozelo de base frente trás ou vice-versa, antes de abrir.

Assista para entender melhor:  Playlist de passos - Frappé




4 de novembro de 2018

Ballet de Repertório- Dom Quixote


 Numa praça no interior da Espanha em Servilha, no século XVI, Quitéria uma jovem de 18 anos e de personalidade forte e petulante, é prometida para Camacho, rico lavrador, habituado a corte francesa. Seu pai Lorenzo faz muito gosto na união porém Quitéria enamorada de Basílio e recusa se casar com seu pretendente.
   A praça em festa com seus preparativos do casamento, triunfa a chegada do famoso toureador Espada, seus companheiros e sua noiva Mercedes.
   Dom Quixote e Sancho Pança entram na vila provocando grande comoção. Ao olhar para Quitéria Dom Quixote pensa ter achado sua Dulcineia, uma mulher a qual sempre amou.
   Movido pela ideia do casamento arranjado, Quitéria e Basílio aconselhados por Espada e Mercedes, decidem fugir seguindo Dom Quixote e Sancho Pansa. Camacho e Lorenzo perseguem o casal.               
   Quitéria e Basílio se refugiam nos moinhos de vento, perto de um acampamento de ciganos.
   O enamorado casal se esconde no acampamento e participa das danças.
   Logo chega Camacho e Lourenço a procura de Quitéria, e são assaltados.
   Dom Quixote e Sancho Pança chegam ao acampamento sendo bem acolhidos. São convidados a participarem da festa, onde também estão Quitéria e Basílio disfarçados de ciganos.

   Dom Quixote, em seu delírio, confunde Quitéria com sua amada Dulcineia. Ele tem um sonho com belas moças Dríades que dançam exaltando o amor e o cupido sela para sempre o coração de Dom Quixote.
   Mas o sonho acaba.                     

Quitéria e Basílio encontram refúgio em uma taberna.
 Felizes festejam seu reencontro, porém chegam Camacho, Lourenço, Dom Quixote e Sancho Pança. Camacho continua com o firme propósito de desposar Quitéria. Num gesto extremo, Basílio abre a sua navalha, cometendo um suicídio perante todos. Moribundo expressa o seu último desejo: o de casar-se com Quitéria.
 Dom Quixote comovido, convence o pai de Quitéria a atender a última vontade de Basílio.
 Tão logo o casamento é permito, Basílio levanta e abraça sua noiva Quitéria. Era tudo uma farsa arquitetada pelo jovem apaixonado para conseguir o que queria.


  Em meio à grande alegria, todos se cumprimentaram e celebraram com jubilo o casamento dos jovens apaixonados. Numa grande festa de confraternização, Dom Quixote é condecorado como herói. Camacho conformado com seu destino segue em busca de uma nova Donzela.
  Dom Quixote e Sancho Pança partem em busca de novas aventuras...

22 de setembro de 2018

Cancan

   


   A dança Cancan tornou-se popular nos salões de música na década de 1840 e até hoje é associada aos cabarés franceses como Moulin Rouge.
   É uma dança tecnicamente complicada e demanda muito esforço físico. Seu passo mais excepcional é a pirueta em um pé, com o outro pé enroscado nas ancas e levantado à altura dos olhos; outros passos demandam chutes altos, voltas rápidas e movimentos largos. 

   Acredita-se que esta dança surgiu como derivação da dança social favorita do século XIX, a “quadrille”(quadrilha). Em alta nos bailes e salões particulares de aristocratas e burgueses, a quadrilha começa a se popularizar através dos bailes públicos espalhados por Paris. Só que ao invés de seguirem toda a etiqueta e sequência codificada da dança de elite, decidem substituir o minuto de improvisação conhecido como “cavalier seul” (ou cavalheiro solo) e permitido somente aos homens, pelo “chahut” (ou desordem), repleto de saltos, piruetas e gritos estridentes.
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   Este era o início de um período de anos de proibição, leis, decretos e muita perseguição policial aos frequentadores de bailes públicos, que eram presos, julgados e condenados.
   Porém, fomentadas pelo espírito libertador das revoluções de 1830 (“Três Gloriosos” – Nova monarquia) e 1848 (Segunda República), algumas mulheres consideradas rebeldes e insolentes, decidem lutar pelo direito de dançar a quadrilha e o “chahut” sem ser guiada por um homem, adotam pseudônimos e começam a expressar nestes locais seu engajamento político.

   A Rainha Pomaré e Celeste Mogador (uma das principais influentes do Bal de Mabille) são nomes conhecidos deste movimento, quando o “chahut” passa definitivamente a ser chamado de Cancan, estas abraçam o fenômeno e, assim, ajudam a aumentar sua popularidade.


pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:
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   Desenvolvendo-se rapidamente, a nova dança inicialmente se tornou notória, já que as mulheres da França do século 19 muitas vezes usavam pantalettes de virilha aberta por baixo de suas longas e volumosas saias e anáguas leves, de modo que os chutes altos revelavam mais do que o desejado. Isso naturalmente levou a dança a adquirir uma reputação um tanto indecente entre aqueles que defendiam a moral e bons costumes da sociedade. Entretanto a dança também ofereceu a oportunidade para os dançarinos do sexo masculino de mostrar sua própria virilidade e coragem.

   O Cancan não parava de crescer, mantendo como quesitos as dançarinas de 1,70 m, e a arte de mexer os quadris, levantar as saias e frou-frous, exibindo as jarreteiras, encantando e provocando o desejo no público entusiasmado. Na França houve tentativas de reprimir os dançarinos de Cancan, as autoridades chegaram ao ponto de prender entusiastas, mas a dança nunca chegou a ser proibida em Paris. Em vez disso, mudou-se para o palco, onde os artistas começaram a aperfeiçoar a dança.

   Um grupo de dança Cancan todo masculino foi formado em 1870, chamado Quadrille des Clodoches, mas as verdadeiras estrelas, no entanto, eram as mulheres, que dançavam rotinas solo de Cancan em palcos como o Moulin Rouge– que foi inaugurado em 1889 às vésperas da Exposição Universal.
   A popularidade do Cancan foi levada a novos patamares por dançarinas como La Goulue (Gulosa), uma performer no famoso cabaré Moulin Rouge que criou os movimentos que ainda hoje conhecemos. 
  O interessante é que os passos do Cancan são em si, uma ridicularização dos padrões sociais, das Forças Armadas e da Igreja Católica. Não só realizavam movimentos que evocavam cruamente a sexualidade, como também ousavam a inventá-los e nomeá-los, e se apossavam de um privilégio até então, dos homens. São os nomes de alguns de seus passos clássicos: “Olá militar”, “Porte de Armas”, “Metralhadora”, “Catedral” e “Sino”.

   Louise Weber (La Goulue), Jane Avril (conhecida também como Melinita – um tipo de explosivo), Grille d’Égout (Grelha de Esgoto), La Môme Fromage (A Jovem Queijo) eram as estrelas dessa época, estas enlouqueciam os espectadores roubando a cena, foram milhares de vezes registradas em pinturas e cartazes de Toulouse-Lautrec e outros artistas, e hoje são clássicas estampas dos souvenirs de Paris e dos tempos boêmios de Montmartre.
   Um dos poucos homens a dançar o Cancan como profissional foi Valentin de Desossé (Valentin sem ossos), dançarino do Moulin Rouge durante a década de 1890. Mas foi outra grande dançarina do Moulin Rouge, Nini Pattes en l'air (Nini Pernas no Ar) que em 1894, foi a primeira a ensinar a dança profissionalmente.

  O Cancan também foi um precursor da liberação e fortalecimento feminino. Em 1890, uma operária ganhava cerca de 2 francos por uma jornada de 10 horas de trabalho. Enquanto nos cabarés mais famosos, as dançarinas de Cancan mais renomadas ganhavam entre 300 e 500 francos por dia, muito mais que nos ateliês e lavanderias da cidade. Também pela primeira vez, as dançarinas ganhavam mais dinheiro que os dançarinos homens. 
   Porém estas mulheres se submetiam a difamação e a marginalização de sua imagem, pois também eram consideradas prostitutas, que vendiam seus corpos aos cabarés. Além da vida pessoal geralmente solitária e dos frequentes riscos de acidentes, num trabalho que exigia muito fisicamente.



   No início do séc XX, o Cancan francês atravessa rapidamente o Canal da Mancha graças ao empresário inglês Charles Morton, que desejava expor seus conterrâneos às atitudes mais liberais dos franceses. O público inglês e americano da época rapidamente se apaixonou pela nova dança. Para eles, representava os excessos alegres da Cidade da Luz, assim como o sentimento de feliz libertação que era tão característico da Belle Époque.
   
   Hoje, o Cancan ainda evoca a imagem de uma Paris frívola e festiva em que o prazer, a diversão e a liberdade são realçados. Entretanto a dança Cancan perdeu muito da sua natureza escandalosa, embora ainda seja considerada um pouco erótica e romântica. Poucos professores de dança social realmente ensinam Cancan, embora seja um favorito recorrente entre os grupos burlescos de reavivamento.


Glossário
Pantalettesroupas de baixo cobrindo as pernas 
Jarreteiras- liga de tecido elástico para suster as meias na perna.

Playlist no Youtube com os estilos de dança: Cancan (filme 1952) / Cancan (Moulin Rouge Atualmente)