Vaslav Nijinsky |
Naquela noite em Paris o público foi ao Théâtre dum Châtlet para
assistir à estréia de Nijinsky como coreógrafo.
O que o publico não esperavam era
surpreender-se de tal forma como acontecido.
L’Après Midi d’un Faune ( à Tarde
de um Fauno) contava a história de um fauno que tocava sua flauta nos bosques e
ficou excitado com a passagem de ninfas e náiades, tentou alcançá-las em vão.
Então, muito cansado e fraco, caiu em um sono profundo e passou a sonhar com
visões que o levou a atingir os objetivos que dentro da realidade não tinha
alcançado.
Esse
escândalo ocorreu primeiramente porque L’Après Midi mostrava uma
sensualidade desrespeitosa
para o padrões da época e em seguida porque rompia as características do ballet tradicional:
nenhum dos bailarinos olhava de frente, todos mantinham-se de perfil diante da
platéia, o que não causava a tentativa de aprisionar os espectadores também com
o olhar, o que de costume normalmente acontece. Mesmo com a mudança de direção
os espectadores não conseguiam apreciar os rostos: os bailarinos, com rápidos
movimentos, trocavam o perfil esquerdo pelo direito.
A sexualidade transbordava do fauno protagonizado por Nijinsky que,
entretanto, não dava nenhuma mostras de gestos sensuais, nem mesmo chegava a
tocar as ninfas (bailarinas) que o fazia ter uma grande imaginação. Mas por uma
técnica quase sem falhas, que eram praticamente perfeitas, o desejo do fauno é
sentido pelo público. O fogo que lhe percorre as veias é passado por um sorriso
de luxúria quase imperceptível, mas há paixão, há sexo e uma ousadia acima de
tudo.
Ao final do ballet, o bailarino
simula masturbar-se no palco.
Com toda essa
audácia, L’Après Midi d’un Faune entrou para a história como o maior
escândalo da dança neste século.
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